1. INTRODUÇÃO

A Prefeitura Municipal do Rio Grande/RS através da Secretaria Municipal da Pesca, Agricultura e Cooperativismo (SMPAC) e da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social (SMCAS), em parceria com o Instituto de Preservação Ambiental e Cultural (IPAC), pretende implantar o projeto Biblioteca Itinerante de Educação Ambiental (EA), objetivando preparar culturalmente e conscientizar ambientalmente a Comunidade Rural do Município do Rio Grande, que terá a duração de quatro anos.

Cabe ressaltar que o (IPAC) é uma Organização Não-Governamental com mais de 20 anos de atuação na área de desenvolvimento e implantação de projetos de preservação, conscientização, recuperação e proteção ambiental, cadastrada Desa  orgao da Organização das Nações Unidas (ONU), contando com profissionais altamente qualificados e diversos colaboradores que juntos buscam uma melhor qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente, visando o crescimento socioeconômico e sustentável da atual e das futuras gerações.

Para tanto, o projeto tem sua fundamentação teórica, científica e técnica no incentivo e aprimoramento do ensino e aprendizagem de conceitos fundamentais de Educação Ambiental (EA), visando a preservação do meio ambiente em geral e o desenvolvimento sustentável das presentes e futuras gerações.

O projeto, mesmo que de forma modesta neste primeiro momento, tem a pretensão de promover junto às comunidades de pequenos agricultores e suas famílias da área rural do Município do Rio Grande/RS, a conscientização e o aprimoramento da cultura ambiental por meio da leitura numa biblioteca itinerante estruturada no interior de um ônibus cedido pela Prefeitura Municipal que será adaptado para este fim específico. Ele servirá ainda como local para que sejam ministrados cursos, palestras, oficinas e seminários que versem sobre os mais diversos assuntos atinentes à preservação e o desenvolvimento ambiental sustentável regional.

Consequentemente, de forma simultânea e complementar às apropriações dos conhecimentos teóricos, técnicos e científicos adquiridos através da EA, as comunidades rurais receberão sementes e mudas de várias espécies de plantas nativas e frutíferas, fornecidas pelo Horto Florestal da Prefeitura Municipal, para plantarem e contribuírem desta forma com o vital reflorestamento e preservação do Bioma Mata Atlântica.

O projeto, na continuidade da sua estruturação, aponta adiante os objetivos geral e específicos que pretende alcançar, a justificativa motivacional da sua idealização, os recursos financeiros, materiais e humanos necessários para que ele aconteça, a metodologia adotada, bem como, o cronograma das atividades que serão desenvolvidas para atingir com eficiência e eficácia os objetivos geral e específico idealizados.

2. OBJETIVO GERAL

 Promover a conscientização e o aprimoramento da cultura ambiental junto às comunidades de pequenos agricultores e seus familiares da área rural do Município do Rio Grande, através da leitura em uma biblioteca itinerante adaptada em um ônibus cedido pela Prefeitura Municipal, bem como, distribuir como prática e complementação pedagógica sementes e mudas de várias espécies de plantas nativas, para que os educandos possam plantar e contribuir desta forma com o reflorestamento do Bioma Mata Atlântica e, também, aumentar o emprego e a renda familiar.

3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

3.1 Promover a leitura e a Educação Ambiental na Biblioteca Itinerante; 

3.2 Desenvolver na Biblioteca Itinerante, atividades culturais como cursos, palestras, oficinas e seminários sobre temas da preservação ambiental e do desenvolvimento econômico sustentável; 

3.3 Conscientizar e motivar os pequenos agricultores, seus familiares e as comunidades do entorno sobre a importância do reflorestamento, da manutenção dos ecossistemas e da melhoria na qualidade de vida;

3.4 Reflorestar 50 hectares com espécies nativas do Bioma Mata Atlântica e com árvores frutíferas que proporcionem, com a comercialização de seus frutos, o incremento da renda familiar de cem (100) pequenos agricultores, estimulando o desenvolvimento econômico sustentável da região;

3.5 Buscar uma melhorar e mais digna qualidade de vida dos pequenos agricultores, de seus familiares e de toda comunidade residente na área rural do Município do Rio Grande/RS.

– 

4. JUSTIFICATIVA 

A iniciativa deste projeto deve-se a duas realidades regionais que merecem especial atenção dos gestores públicos municipais, por serem de grande e vital importância à preservação ambiental e o desenvolvimento econômico sustentável da comunidade rural do Município do Rio Grande/RS.

A primeira realidade que se constata nesta comunidade rural é a ausência de Educação Ambiental (EA), através de um sistema pedagógico interdisciplinar e transdisciplinar que fomente a leitura especializada sobre a (EA) e que, também, seja capaz de promover ações práticas envolvendo temas sobre o meio ambiente.

Acreditamos que a comunidade rural local não age com má fé ou motivos escusos ao executar diariamente suas práticas laborais no trato do solo e do meio ambiente em geral. Acreditamos sim, que isso ocorre devido ao desconhecimento ou não entendimento claro de como se deve agir para preservar o meio ambiente em que vivem. Ignoram como podem crescer e se desenvolver economicamente com sustentabilidade, garantindo com isso não só a sua sobrevivência, mas a das futuras gerações, promovendo com isso mais trabalho e renda e melhor qualidade de vida. 

Devem compreender e respeitar que é vital para à comunidade rural e seus familiares, para as gerações futuras e para o próprio Planeta Terra que é a nossa casa ou nosso habitat natural, buscarem desenvolver e praticar ações sociais e de trabalhos comunitários saudáveis, capazes de promoverem desenvolvimento econômico sustentável. Ou seja, evitarem praticar hábitos, manejos ou ações pessoais e profissionais inadequadas que possam vir agredir ou explorar de forma exacerbada, irracional e não sustentável o meio ambiente natural.

Para que a comunidade rural do Município do Rio Grande possa adquirir esta compreensão e desenvolva com base nela ações ou práticas que respeitem o meio ambiente e os seus finitos recursos naturais, é de suma importância que recebam fundamentos básicos de EA e que, da mesma maneira, compreendam o funcionamento do Modelo de Desenvolvimento Econômico (MDE) praticado em  quase todos os países do mundo, pelas razões que a seguir são expostas.

Em que pese grande número de instituições de ensino público e/ou privado e seus educadores buscarem promover o ensino e aprendizagem daquilo que no parágrafo anterior foi referido é importante destacar que, por muito tempo, vem sendo praticado em quase todos os países do mundo capitalista ou não o Modelo de Desenvolvimento Econômico (MDE). 

O MDE, que o Brasil pratica e está submetido, tem o poder de condicionar indistintamente  a vontade e  a vida econômica e  financeira dos seres humanos e 

do mercado mundial, onde bens e serviços são ofertados e consumidos, sendo todo o sistema influenciado pela mídia e regulado pela Lei da Oferta e da Procura. 

Atualmente, quem coordena este MDE são os países mais industrializados, ricos e capitalistas, conhecidos pela denominação Grupo dos Sete (G7) composto por: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora também a União Europeia aí se faça representar. Juntamente com o G20 eles são considerados a base de coordenação econômica do capitalista Global.

Não defendendo posicionamentos ideológicos e nem extremismos contra o modelo capitalista, mas, somente procurando demonstrar que o sistema do MDE, adotado em quase  todos os países  do mundo, busca  auferir lucro e remunerar o capital que os países industrializados e ricos do planeta aplicam neste sistema. 

Esta prática é desenvolvida através da relação de produção e consumo de bens e serviços, uma vez que, o sistema do MDE é operacionalizado por uma “via de mão dupla” onde, quanto mais bens e serviços são produzidos e ofertados, mais ocorrerá a procura ou consumo de bens e serviços onde, por decorrência, haverá mais lucro e remuneração do capital dos investidores (G7).

Esta relação de produção e consumo, alavancada pela busca do lucro, pelo aumento populacional e pela indução ao consumo através da mídia, promove a prática do extrativismo exacerbado dos finitos recursos naturais sem, contudo, a devida sustentabilidade ambiental, desrespeitando e pressionando dessa forma a capacidade natural de recomposição dos recursos naturais.

Consequentemente, ameaçadoras e preocupantes degradações surgem e colocam em constante risco a vida do meio ambiente e do Planeta,  conforme se pode constatar diariamente pelas veiculações na mídia nacional e internacional destes fenômenos de mundo como, por exemplo: 

a) o desmatamento da Amazônia e da Mata Atlântica; 

b) o degelo das calotas polares  gerado pela elevação da temperatura no Planeta, devido a ação humana e da natureza como o aumento do buraco na camada de Ozônio e o efeito estufa que aquecem os mares e as superfícies sólidas do Planeta; 

c) as queimadas de imensas áreas territoriais que causam a destruição devastadora dos hábitats naturais e de várias espécies de animais e vegetais, promovendo a extinção e a perda da biodiversidade; 

d) a erosão, a desertificação, o assoreamento, as inundações, as secas, a urbanização não planejada, o lixo urbano e rural, os esgotos a “céu aberto” sem tratamento adequado, a poluição da água, do ar, do solo, a eletromagnética, a sonora e a erosão cultural.

Os citados fenômenos de mundo têm a capacidade de promover efeitos sinergísticos negativos, capazes de  causar profundas e  ameaçadoras mudanças ambientais globais e gerar instabilidade ecossistêmica, diminuindo a qualidade da experiência humana e da vida dos demais seres que habitam o Planeta.

Para minimizar ou até mesmo eliminar estes fenômenos de mundo, vários países, principalmente aqueles que estão almejando a industrialização e mesmo os não industrializados, buscando uma melhor qualidade da experiência  humana e da vida do seu povo, reconhecem que para tanto precisam de investimentos.

Assim, os governantes normalmente buscando uma melhor qualidade da experiência  humana e da qualidade de vida da população, solicitam empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI), ao Banco Mundial (BM) e para outros que fazem parte do Sistema Financeiro Internacional (SFI), coordenados pelo G7, se submetendo a elevadas taxas de juros calculadas e cobradas em dólares ou euros. Assim, o G7, como promotor e coordenador do MDE, reaplica os lucros auferidos na movimentação capitalista do sistema no próprio MDE.

Os países tomadores de financiamentos aplicam os recurso do empréstimo buscando atingir seus objetivos, mas, normalmente, não percebem que estão alimentando ou dando continuidade ao sistema do MDE através da relação de Produção e Consumo que, para acontecer, geralmente volta a explorar os finitos ou escassos recursos naturais através de agressivos processos que podem gerar resultados econômicos, mas, não promovem o desenvolvimento sustentável.

Dentre várias prática de desenvolvimento econômico sustentável aplicadas no meio ambiente rural, destacamos como exemplo a técnica da Permacultura em função das suas peculiares características. 

 A expressão significa “cultura permanente”, e foi originada na década de 1970 pelos ecologistas australianos David Homgren e Bill Mollison inspirados nas pesquisas dos japonês e nas comunidades tradicionais aborígenas da Austrália.  

Trata-se de um sistema estruturado e desenvolvido em um planejamento e execuções de ações dos seres humanos de forma sustentável, onde é conciliado conhecimentos e práticas antigas de ancestrais com conceitos e conhecimentos práticos e científicos modernos sobre o solo ou áreas rurais, mananciais naturais, agricultura, arquitetura bioclimática, engenharia da construção e ecológica, a base social e econômica, dentro de abordagem ecológicas focadas no desenvolvimento sustentável.

A permacultura atua dentro de três pilares básicos que são: a) cuidar da Terra fazendo com que todos os sistemas de vida nela existentes, se multipliquem de maneira sinergística positiva onde cada um deles promova o desenvolvimento harmônico e sustentável do outro:   b) Cuidar dos seres humanos,  garantindo que todas as pessoas possam ter acesso aos recursos necessários à sua existência; 

d) Partilhar os excedentes através de ecossistemas saudáveis que proporcionem saídas de resultados para nutrir os outros.

A base fundamental desse sistema é cuidar da terra dentro de uma filosofia idealista que busca a não degradação ambiental, enfatizando e incentivando o uso  do solo  agrícola  que  interliga  o clima,  as plantas,  os animais,  os ciclos de nutrientes, o solo, a gestão dos recursos hídricos em um ambiente produtivo, criativo e de observância da ética, da estética e da harmonia com o a natureza e o meio ambiente em geral.

Assim, diante do exposto, acreditamos ter ficado demostrado e justificado a vital importância deste projeto, no que se refere a primeira realidade constatada, em buscar promover junto à comunidade rural do Município do Rio Grande a obtenção de conhecimentos de forma objetiva e eficiente da EA, objetivando por esse método, conscientizá-los e prepará-los para agirem em favor do crescimento social e econômico da comunidade, obtendo mais emprego, renda e qualidade de vida sem, contudo, ignorarem as necessárias ações de preservação ambiental e desenvolvimento econômico sustentável visando a atual e as futuras gerações.

Seguindo o mesmo objetivo geral o projeto visa ainda, com base no ensino e aprendizagem da EA à comunidade rural do Município do Rio Grande, distribuir sementes e mudas de várias espécies de plantas nativas para que os educandos possam, a título de exercício ou prática da complementação pedagógica, plantar e contribuir desta forma com o reflorestamento do Bioma Mata Atlântica e, também, buscar aumentar o emprego e a renda familiar. 

Mas qual a razão dessa iniciativa? A razão está na preocupante realidade que hoje existe no Estado do Rio Grande do Sul, onde restam somente 7,5% de áreas remanescentes do Bioma Mata Atlântica, com alto grau de fragmentação em relação a sua cobertura vegetal originária. 

A Mata Atlântica, por muitos e muitos anos, vem sofrendo ameaçadoras e graves agressões com explorações desenfreadas do seu finitos recursos naturais, principalmente por ações dos seres humanos que, irresponsavelmente e ávidos por lucro fácil, exploram exacerbadamente as riquezas deste importante Bioma nacional, sem permitir que ele naturalmente se recupere dos danos causados pela espécie humana. 

Seres humanos que agem como se fossem a última geração do planeta, desconsiderando a vida das presentes e futuras gerações, ignorando que vivemos numa biodiversidade complexa, onde a convivência entre o ser humano e os demais entes ambientais animados e inanimados, devem coexistir com equilíbrio para que possamos ter um ambiente saudável, seguro e propositivo à vida.

Os domínios da Mata Atlântica se estendem originalmente por toda a faixa continental leste brasileira e vai em direção ao interior no sudeste e sul do país, uma área de 1.110.182 km² sendo considerada pela Constituição Federal de 1988 com Patrimônio Nacional. 

Apresenta uma biodiversidade oito vezes maior do que a da Amazônia, constituindo-se em refúgio para inúmeras espécies endêmicas de fauna e flora, incluindo espécies  ameaçadas de extinção, ela é de  extrema importância para a conservação dos recursos hídricos e para o equilíbrio climático das áreas mais povoadas do país.

Como é possível constatar nas duas figuras da página 11, atualmente no Rio Grande do Sul restam somente 7,5% de áreas remanescentes de Mata Atlântica com alto grau de fragmentação em relação a sua cobertura vegetal original em que, a presença predominante de vegetação florestal dá suporte aos diversos ecossistemas como, por exemplo, as Matas de Araucária, Matas Estacionais Deciduais e Semideciduais em relevo diversificado.

Em 1992, integrando-se aos esforços nacionais para a conservação dos Biomas remanescentes em nosso país, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul efetuou o tombamento da Mata Atlântica e seus ecossistemas associados. 

A área remanescente do Bioma de 2.931.900 km², também reconhecida pela UNESCO em 1993 como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, equivale  a 17% do território gaúcho e difere da área oficial do Bioma, incluindo porções de toda a extensa faixa litorânea e lagunar gaúcha.

Por decorrência, diversas iniciativas de conservação e recuperação estão sendo implementadas, onde o Rio Grande do Sul, através da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), aderiu ao Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, formado por representantes de diferentes segmentos sociais, como instituições de governo, organizações ambientalistas, associações, empresas e proprietários rurais. 

O Pacto objetiva a conservação da biodiversidade e demais atributos da Mata Atlântica como a criação e implantação de Unidades de Conservação, de mosaicos e corredores, a promoção do uso sustentável dos recursos naturais, a eficácia de instrumentos de fiscalização e controle, políticas de pagamento por serviços ambientais e a averbação das Reservas Legais (RL) e das áreas de Preservação Permanente (APP).

Tendo em vista a grandeza das nossas riquezas naturais e os incontáveis recursos humanos e geográficos que possuímos, o tema Meio Ambiente e da EA vêm ocupando nas últimas décadas, amplo  espaço na mídia tanto nacional como 

internacional, nos meios técnicos científicos e nas administrações pública tanto federal, estadual e municipal sendo, entretanto, no campo político infelizmente destratado por várias vezes como se fosse o inimigo número um do processo de desenvolvimento econômico. 

É fácil constatar pela mídia em geral, que o tema vem sendo abordado e desenvolvido pelos gestores e governos do mundo inteiro, fomentado discórdias e servindo de motivo de intensa discussão e disputa ideológica e econômica. 

O desenvolvimento do ser humano, seja do indivíduo, seja da sociedade ou de ambos, a priori, não se perfaz com o simples crescimento econômico pois, não é admissível haver viabilidade econômica ou desenvolvimento numa sociedade, sem que ela trate o tema, seus sistemas e ações fora do foco da sustentabilidade.

O ser humano, “administrador da casa” que é o seu Planeta, deve conhecer profundamente seu habitat buscando utilizá-lo melhor, com qualidade e por mais tempo, assegurando dessa forma sua própria espécie, pois, faz parte de uma mentalidade desenvolvida saber comportar-se ecológica e ambientalmente.

 O desenvolvimento sustentável se processa em função do ser humano e não às custas dele. Isto pode parecer um contrassenso ou dicotomia insolúvel mas, o sentido é exatamente oposto, pois, é imprescindível que a mente humana perceba e faça uma conversão conceitual compreendendo que é vital existir uma convivência harmônica e pacífica entre as duas realidades, tanto desenvolvimento dos seres humanos como do meio ambiente, capaz de promover em suma a vida no e do Planeta numa relação de plena sustentabilidade entre ambos.

Segundo alertam os mais renomados pesquisadores ambientais, estamos vivenciando a primeira extinção em massa de espécies desde o desaparecimento dos dinossauros, pois de fato, cerca de 1 milhão de espécies do planeta estão em processo de extinção. 

No caso do clima, nos resta pouco tempo para limitar o aquecimento do planeta em 1.5ºC, para evitar impactos ainda mais catastróficos das mudanças climáticas que, assim como a crise atual hídrica afeta mais severamente os mais pobres.

Quanto as florestas, elas quando conservadas atuam como uma solução para combater o avanço da crise climática e da biodiversidade, mas, quando são desmatadas, surtem o efeito contrário, elas contribuem com o problema, emitindo gases que colaboram com o chamado efeito estufa que antes estavam retidos e comprometem o habitat de espécies da biodiversidade, como já comentado na seção anterior.

Por decorrência, é fundamental e vital manter a integridade e resiliência de florestas como a MATA ATLÂNTICA, como a ciência vem defendendo há anos, pois, o Bioma Mata Atlântica ocupa um papel importante na manutenção dos recursos hídricos disponíveis dos principais estados brasileiros, abrangendo sete das nove maiores bacias hidrográficas do país. Assim, ela é de suma importância do ponto de vista econômico, visto que, 110 milhões de pessoas ou 62% da população brasileira, vivem nessa região. 

Infelizmente, explorada desde da época da colonização pela extração do Pau-Brasil e, depois, pelo cultivo de monoculturas como café e cana-de-açúcar, a Mata Atlântica se reduz hoje, como destacado anteriormente, a apenas 7,5% da sua cobertura original. Com isso, cerca de 261 espécies de mamíferos, 1020 de pássaros, 197 espécies de répteis, 340 de anfíbios, 350 de peixes e cerca de 20 mil espécies vegetais, estão seriamente ameaçadas, sem contar que a grande maioria dessas espécies são endêmicas, ou seja, só existem aqui.

Vejamos as duas figuras abaixo que ilustram o cenário da Área oficial do Bioma Mata Atlântica/Bioma Pampa tomando como base as fontes dos Atlas socioeconômico do RS; Projeto de Conservação da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul (PCMARS)  e (sema.rs.gov.br).

Assim, com o exposto, acreditamos que da mesma forma que se justificou os motivos para desenvolver a EA em função da primeira realidade constatada, se tenha nessa segunda realidade regional, onde se observou a intensa degradação do Bioma Mata Atlântica, tenha igualmente ficado demostrado e justificado a vital importância deste projeto no que se refere a distribuição de sementes e mudas de várias espécies de plantas nativas à comunidade da zona rural do Município do Rio Grande, para que possam plantar, cultivar e contribuir com o reflorestamento e preservação do Bioma Mata Atlântica buscando, também, aumentar o emprego a renda familiar, a qualidade de vida e o crescimento socioeconômico sustentável da atual e das futuras gerações regionais.

5. RECURSOS

5.1 RECURSOS FINANCEIROS

Os recursos financeiros, necessários para a implantação e manutenção do projeto, serão angariados nacional e/ou inicialmente com o apoio financeiro de parceiros doadores e membros beneméritos. Eles podem ainda, serem obtidos através de arrecadações pecuniárias diversas e sem fins lucrativos, geradas por meio de ações exclusivamente focadas em atividades educacionais e culturais baseadas nos objetivos geral e específicos fixados neste projeto.

Para tanto, este projeto desenvolvido entre a Prefeitura Municipal do Rio Grande através da Secretaria Municipal da Pesca, Agricultura e Cooperativismo (SMPAC), em parceria com o Instituto de Preservação Ambiental e Cultural (IPAC), conta com o apoio da estrutura administrativa e operacional municipal.  

Entretanto, a (IPAC) através da sua administração e do seu próprio sistema de gerenciamento operacional, fará de forma independente a gestão dos recursos financeiros do projeto e fornecerá aos demais parceiros participantes, a título de prestação de contas, um demonstrativo financeiro mensal sobre todas as etapas  de desenvolvimentos e movimentações do projeto, conforme o cronograma fixado na pág.18, além de coberturas de marketing promocional dos eventos do projeto sempre que couber divulgar publicamente na mídia local tais acontecimentos.

5.2 RECURSOS MATERIAIS

MATERIAISQUANT.FORNECEDORESEmprego Operacional
Ônibus Adaptado01PMRGBiblioteca Itinerante
Carro/Camionete01PMRGDeslocamento Equipes Visitações
Notebook  I – 1001PMRGProdução e Arquivo Mat. Instrucional
Copiadora/Scaner01PMRGReprodução de material instrucional
Projetor Multimídia 01PMRGProjeção de Material Instrucional
Tela Retrátil (ônibus)01PMRGPara Projeção de Material Instrucional
Quadro p/canetas01PMRGQuadro escrever c/ canetas Hidrocor
Canetas p/quadro06PMRGCanetas Hidrocor escrever no Quadro
Apagador p/ quadro02PMRGApagador de feltro p/ apagar Quadro
Óleo Diesel200 l/mêsPMRGDeslocamento do ônibus Itinerante
Gasolina/Álcool250 l/mêsPMRG Deslocamento Equipes Visitações
Estufa p/ Plantas01HFPMRGEstufa produção mudas e sementes
Livros Diversos 500PMRGMaterial Instrucional temas diversos
Livros de EA60PMRGMaterial Instrucional temas da EA
Dicionário Português30PMRGDicionário da língua portuguesa
Dicionário Bilingue30PMRGDicionário português/Inglês/português  
Álcool em Gel30 litrosPMRGHigienização pessoal e ambiental
    

Legenda: (PMRG) Prefeitura Municipal de rio Grande; (HFPMRG) Horto Florestal da Prefeitura Municipal do Rio Grande.

5.3 RECURSOS HUMANOS

PROFISSIONAISQuantidadeContratanteVerba mensal R$ ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS
Motorista01PMRGZeroDirigir o Ônibus Itinerante
Motorista01PMRGZeroDirigir carro/camionete Visitas
Diretor01IPAC5.000,00Direção da ONG – IPAC
Téc. Ambientalista01IPAC3.000,00 Ações de Técnica Ambiental da IPAC
Assessores02IPAC8.500,00Assessores da Direção da IPAC
Coordenador01IPAC2.500,00Coordenação do Projeto
Serviços Gerais01PMRGZeroServiços de higienização e limpeza
Auxiliar/Monitor02PMRG4.000,00Auxiliar Administ. e Monitores Projetos
Prof.  Municipal01PMRGZeroMinistrar aulas sobre EA
Prof. Particular01IPAC6.000,00Ministrar 20h aula/mês R$ 300,00h/aula
Palestra/Seminário01IPAC8.000,00Realizar palestras/seminários mensais 
Educador Oficinas01IPAC3.000,00Realizar oficinas mensais
                                Subtotal dos Recursos40.000,00Recurso parcial do Projeto
                      Administração do Projeto 10%  4.000,00Verba de Administração do Projeto
                                       Total dos Recursos44.000,00Recurso Total do Projeto

Legenda: (PMRG) Prefeitura Municipal de rio Grande; (IPAC) Instituto de Preservação Ambiental e Cultural.

6. METODOLOGIA

A metodologia que será adotada neste projeto visa atingir os objetivos geral e específicos estabelecidos às páginas 4 que, em síntese, pretendem promover a conscientização e o aprimoramento da cultura ambiental junto às comunidades de pequenos agricultores e seus familiares da área rural do Município do Rio Grande, através da leitura em uma biblioteca itinerante adaptada no interior de num ônibus cedido pela Prefeitura Municipal, bem como, distribuir variadas sementes e mudas de espécies de plantas nativas, como prática e complementação pedagógica, para que os estudantes possam dessa forma plantar e contribuir ativamente com o reflorestamento do Bioma Mata Atlântica e ainda aumentar o emprego e a renda familiar.

As múltiplas e variadas atividades que serão desenvolvidos no ônibus ou fora dele, envolvendo seções de leituras, aulas, palestras, seminários, oficinas, distribuição de sementes e mudas de plantas nativas e frutíferas e as ações de reflorestamento propriamente dita, serão organizadas e monitoradas pelo Instituto de Preservação Ambiental e Cultural (IPAC), com o apoio logístico e técnico da Prefeitura Municipal de Rio Grande (PMRG), através da Secretaria Municipal da Pesca, Agricultura e Cooperativismo (SMPAC).

Para a iniciativa se desenvolver, foi idealizado estrategicamente pelo autor do projeto, uma metodologia integradora onde terão a oportunidade de participar equipes multidisciplinares de vários profissionais de níveis técnico, graduação e pós-graduação como, por exemplo, professores ou educadores ambientalistas, pedagogos, gestores ambientais, biólogos, agrônomos, empresários, advogados, administradores de empresas, bibliotecários, botânicos, zoólogos, veterinários, arquitetos, engenheiros, médicos, dentistas, animadores infantis, artistas plásticos e outros, que se unirão em conjunto ou individualmente de forma transdisciplinar suas expertises ou mesmo notórios saberes, para trabalharem em uma proposta de conscientização e desenvolvimento ambiental da comunidade rural envolvida no projeto de EA e reflorestamento do Bioma Mata Atlântica.

Cabe registrar que os profissionais relacionados no parágrafo anterior, para a execução das suas atividades fins, utilizarão seu próprio material instrucional tais como notebookpowerpointpen drive, apostilas, caneta de luz e outros que julgarem necessários. O IPAC, na condição de organizador e monitor do evento, se encarregará de fornecer o material de suporte como ônibus itinerante, projetor multimídia, tela retrátil para projeção, quadro/lousa, canetas coloridas e apagador para quadro/lousa, cópias xerográficas do material instrucional utilizado pelos profissionais, além das sementes e plantas frutíferas para o reflorestamento do Bioma Mata Atlântica. Além disso, os mesmos profissionais citados, deverão apresentar por escrito ao  organizador e  monitor do  evento, um  plano de aula ou

roteiro dos conteúdos que serão ministrados ou trabalhados com os estudantes, e que estarão sujeitos a análise, adaptação e aprovação do IPAC. 

Os membros destas equipes multidisciplinares poderão participar de forma  espontânea e sem remuneração ou mediante contrato remunerado administrado pelo Instituto de Preservação Ambiental e Cultural (IPAC), com base nos valores estimados e fixados na tabela do título 5.3 Recursos Humanos da página15, e suas múltiplas e variadas atividades serão desenvolvidas no ônibus ou fora dele segundo o cronograma exposto no título 7 da pág. 18.

Por fim, acreditamos que a iniciativa deste projeto e sua execução através da metodologia proposta, com certeza será inspiradora e motivadora para outras iniciativas no mesmo sentido, não só, visando desenvolver e aprimorar da melhor forma possível a qualidade de vida do nosso agricultor, mas acima de tudo formar seres humanos capazes de preservar o meio ambiente para a presente e futuras gerações, tornando-se uma pessoal melhor e, com isso, fazendo o outros melhor.

7. CRONOGRAMA

PERÍODOSATIVIDADESOBSERVAÇÕES
          NOV 2021Adaptação interna do ônibus itinerante:colocação de piso antiderrapante; fixação de bancos para  aproximadamente 30 pessoas; iluminação ajustável aos momentos de projeção do multimídia; cortinas corta luz nas janelas; painel de isolamento da cabine do motorista que suportará o quadro/lousa; colocação da tela retrátil junto ao painel de isolamento da cabine do motorista que suportará o quadro/lousa; colocação de um aparelho de ar condicionado; construção e adaptação de prateleira e armários para livros.Adaptação externa do ônibus itinerante: pintura do ônibus com as cores padrão da PMRG; pintura de um  letreiro contendo o nome do projeto; adaptação nas laterais do ônibus de suportes apropriados para a colocação de propagandas dos colaboradores e patrocinadores do projeto.   Estas atividades serão desenvolvidas dentro dos meses previstos neste cronograma e executadas pelas equipes técnicas da PMRG. 
       DEZ 2021Adaptação interna do ônibus itinerante: colocação de piso antiderrapante; fixação de bancos para  aproximadamente 30 pessoas; iluminação ajustável aos momentos de projeção do multimídia; cortinas corta luz nas janelas; painel de isolamento da cabine do motorista que suportará o quadro/lousa; colocação da tela retrátil junto ao painel de isolamento da cabine do motorista que suportará o quadro/lousa; colocação de um aparelho de ar condicionado; construção e adaptação de prateleira e armários para livros.Adaptação externa do ônibus itinerante: pintura do ônibus com as cores padrão da PMRG; pintura de um  letreiro contendo o nome do projeto; adaptação nas laterais do ônibus de suportes apropriados para a colocação de propagandas dos colaboradores e patrocinadores do projeto.   Estas atividades serão desenvolvidas dentro dos meses previstos neste cronograma e executadas pelas equipes técnicas da PMRG.
       JAN 2022Adaptação interna do ônibus itinerante:colocação de piso antiderrapante; fixação de bancos para  aproximadamente 30 pessoas; iluminação ajustável aos momentos de projeção do multimídia; cortinas corta luz nas janelas; painel de isolamento da cabine do motorista que suportará o quadro/lousa; colocação da tela retrátil junto ao painel de isolamento da cabine do motorista que suportará o quadro/lousa; colocação de um aparelho de ar condicionado; construção e adaptação de prateleira e armários para livros.Adaptação externa do ônibus itinerante: pintura do ônibus com as cores padrão da PMRG; pintura de um  letreiro contendo o nome do projeto; adaptação nas laterais do ônibus de suportes apropriados para a colocação de propagandas dos colaboradores e patrocinadores do projeto.   Estas atividades serão desenvolvidas dentro dos meses previstos neste cronograma e executadas pelas equipes técnicas da PMRG.
FEV 2022Coletar e catalogar livros; Interação e Preparação das escolas municipais rurais que participarão do projeto. 
MAR 2022Início das atividades de educação no Ônibus Itinerante 

Referencial Bibliográfico

CAPRA, F. A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. Traduzido por Newton Roberval Eichemberg. São Paulo: Cultrix, 1996.

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CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 3. ed. São Paulo:  Makron Books, 2000.

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